Viabilidade da monitorização da intervenção psicoterapêutica com adolescentes com recurso a aplicações móveis

Pedro Dias, Vânia Sousa Lima, Bárbara César Machado, Joana Campos, Luís Teixeira, Nuno Torres, Luiz Lopes, Elisa Veiga

Abstract


A monitorização sistemática da intervenção psicoterapêutica é determinante na avaliação da eficácia clínica de uma intervenção e na adequação da mesma às necessidades do indivíduo. Ao longo da última década, a tecnologia foi evoluindo rapidamente, bem como as aplicações tecnológicas associadas aos processos de psicoterapia. A inclusão da monitorização psicoterapêutica nos processos de intervenção psicológica surgiu enquanto necessidade atual, a par da evolução tecnológica. Assim, este trabalho de investigação surge no âmbito de um projeto dirigido à construção de uma aplicação móvel para a monitorização psicoterapêutica nos processos de intervenção psicológica.

Com o objetivo de conhecer as perceções de terapeutas, acerca da viabilidade de uma aplicação móvel na realização da monitorização psicoterapêutica, provenientes de diferentes contextos, foram realizadas entrevistas semiestruturadas a 14 terapeutas. As entrevistas têm em vista a exploração da viabilidade da monitorização da intervenção psicoterapêutica com adolescentes e a pertinência do recurso a aplicações móveis no processo terapêutico. Previamente à entrevista, os terapeutas preencheram o consentimento informado, o acordo de confidencialidade e uma ficha sociodemográfica. As entrevistas foram transcritas e foi realizada uma análise semi-indutiva do seu conteúdo com recurso ao software NVivo 10.

Os resultados obtidos evidenciaram que a monitorização psicoterapêutica é percecionada como relevante pelo terapeuta, não só para a sua prática profissional, como também para o próprio cliente. Os entrevistados identificaram igualmente fatores facilitadores na utilização deste tipo de aplicações móveis na prática clínica atual. Da sua reflexão acerca da viabilidade das novas tecnologias na monitorização psicoterapêutica emerge a identificação de ganhos e constrangimentos para o terapeuta e para o cliente.


Keywords


Monitorização psicoterapêutica, Adolescentes, Novas tecnologias, Aplicação móvel.

References


Bauer, S., & Moessner, M. (2012). Technology-enhanced monitoring in psychotherapy and e-mental health. Journal of Mental Health, 21(4), 355-363. doi: [10.3109/09638237.2012.667886]

Bauer, M., Rasgon, N., Grof, P., Gyulai, L., & Glenn, T. (2005). Does the use of an automated tool for self-reporting mood by patients with bipolar disorder bias the collected data? Medscape General Medicine, 7(21), 1-7.

Creswell, J. (2007). Qualitative Inquiry & Research Design. Choosing Among Five Approaches. Sage Publications.

Dey, I. (1993).Qualitative Data Analysis: A User-friendly Guide for Social Scientists. Routdlege.

Feldman, L., Barrett, L., & Barrett, D. (2001). An introduction to computerized experience sampling in psychology. Social Science Computer Review, 19, 175-185.

Hall, C., Taylor, J., Moldavsky, A., Marriott, M., Pass, S., Newell, K., … Hollis, C. (2014). A qualitative process evaluation of electronic session-by-session outcome measurement in child and adolescent mental health services. BioMed Central Psychiatry, 14(113), 1-11.

Kazdin, A. (1996). Dropping out of child psychotherapy: Issues for research and implications for practice. Clinical Child Psychology and Psychiatry, 1, 133-156.

Lambert, M., Hansen, N., & Finch, A. (2001). Patient-focused research: Using patient outcome data to enhance treatment effects. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 69(2), 159-172. doi: [10.1037//0022-006X.69.2.159]

Matthews, M., Dohery, G., Sharry, J., & Fitzpatrick, C. (2008). Mobile phone mood charting for adolescents. British Journal of Guidance & Counselling, 36(2), 113-129. doi: [10.1080/03069880801926400]

McAleavey, A., Nordberg, S., Kraus, D., & Gastonguay, L. (2012). Errors in treatment outcome monitoring: Implications for real-world psychotherapy. Canadian Psychology, 53(2), 105-114. doi: [10.1037/a0027833]

Murphy, M. (2003). Computer technology for office-based psychological practice: Applications and factors affecting adoption. Psychology: Theory, Research, Practice, Training, 40(1/2), 10-19. doi: [10.1037/0033-3204.40.1/2.10]

Newman, M. (2004). Technology in psychotherapy: An introduction. Journal of Clinical Psychology, 60(2), 141-145. doi: [10.1002/jclp.10240]

Offer, D., Howard, K., Schonert, K., & Ostrov, E. (1991). To whom do adolescents turn for help? Differences between disturbed and non-disturbed adolescents. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 30(4), 623-630.

Preziosa, A., Grassi, A., Gaggioli, A., & Riva, G. (2009). Therapeutic applications of the mobile phone. British Journal of Guidance & Counselling, 37(3), 313-325. doi: [10.1080/03069880902957031]

Richie, J., & Lewis, J. (2003). Qualitative Research Practice: a guide for social science students and researchers. London: Sage.

Saldana, J. (2009). The coding manual for qualitative researchers. Sage Publications Ltd.

Saldana, J. (2011). Fundamentals of Qualitative Research. Oxford University Press.

Shiffman, S., Hufford, M., Hickcox, M., Paty, J., & Kassel, J. (1997). Remember that? A comparison of real time versus retrospective recall of smoking lapses. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 65, 292-300.

Taube, D. (2013). Portable digital devices: Meeting challenges to psychotherapeutic privacy. Ethics & Behavior, 23(2), 81-97. doi: [10.1080/10508422.2012.722502]




DOI: https://doi.org/10.14417/ap.1047

Refbacks

  • There are currently no refbacks.


Nº ERC: 107494 | ISSN (in print): 0870-8231 | ISSN (online): 1646-6020 | Copyright © ISPA - CRL, 2012 | Rua Jardim do Tabaco, 34, 1149-041 Lisboa | NIF: 501313672 | The portal and metadata are licensed under the license Creative Commons CC BY-NC