Contribuição da literacia emergente para o desempenho em leitura no final do 1.º CEB

Joana Sara Cruz, Marta Almeida, Patrícia Pinto, Patrícia Constante, Ana Macedo, Joana Amaral, Liliana Monteiro, Elisa Lopes, Cristiana Ferreira

Abstract


Aprender a ler e a escrever constituem desafios não só para as crianças, mas também para os agenteseducativos que acompanham este processo. Identificar e promover as condições que facilitam umpercurso de sucesso são preocupações centrais da comunidade escolar e científica. Este estudoprocurou analisar em que medida as competências de literacia emergente, avaliadas na educação pré-escolar, predizem o desempenho em leitura e escrita no final do 1.º CEB. Participaram no estudo 117alunos do concelho de Matosinhos que frequentavam o 4.º ano de escolaridade e que tinham sidopreviamente avaliados na educação pré-escolar. Foram realizadas análises de regressão múltipla queevidenciam que as competências de literacia emergente avaliadas explicam cerca de 20% da variânciados resultados no domínio da leitura e da escrita no final do 1.ºCEB. Estes resultados impelem a umareflexão sobre a relevância da identificação precoce de crianças em risco de insucesso e de umaintervenção atempada nos primeiros anos de escolaridade.

Keywords


literacia emergente; leitura; educação pré-escolar

References


Aram, D., & Aviram, S. (2009). Mothers’ storybook reading and kindergarteners’ socioemotional and literacy development. Reading Psychology, 30, 175-194.

Cadime, I., Fernandes, I., Brandão, S., Nóvoa, P., Rodrigues, A., & Ferreira, A. (2009). A aquisição da leitura e da escrita: variáveis preditoras no nível pré-escolar. Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia (pp. 4001-4015). Braga: Universidade do Minho.

Dionísio, M., & Pereira, I. (2006). A educação pré-escolar em Portugal. Concepções oficiais, investigação e práticas. Perspectiva, 24(2), 597-622.

Duursma, E., Augusta, M., & Zuckerman, B. (2008). Reading Aloud to Children: The Evidence. Archives of Disease in Childhood, 93(7), 554-557.

Fernandes, P. P. (2005). Concepções e práticas de literacia emergente em contexto de jardim-de-infância. Tese de Doutoramento não-publicada. Braga: Universidade do Minho.

Fernandes, S., Ventura, P., Querido, L., & Morais, J. (2008). Reading and spelling acquisition in European Portuguese: A preliminary study. Reading and Writing, 21(8), 805-821.

Ferreiro, E. & Teberosky, A. (1984). Psicogénese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas.

Field, A. (2009). Discovering Statistics Using SPSS. London: SAGE.

Foster, W., & Miller, M. (2007). Development of the literacy achievement gap: a longitudinal study of kindergarten through third grade. Language, Speech, and Hearing Services in Schools, 38, 173-181.

Gaté, J., Geninet, A., Giroul, M., De la Garanderie, T. P. (2009). Vocabulaire de la gestion mentale. Lyon: Chronique Sociale.

Justice, L. & Kaderavek, J. (2002). Using shared storybook reading to promote emergent literacy. Teaching Exceptional Children, 34(4), 8-12.

Justice, L. Weber, S., Ezell, H., & Bakeman, R. (2002). A sequential analysis of children’s responsiveness to parental print references during shared book reading interactions. American Journal of Speech-Language Pathology, 11, 30-40.

Kuhn, M. & Stahl, S. (2003). Fluency: A review of developmental and remedial practices. Journal of Education Psychology, 95(1), 3-21.

LaBerge, D., & Samuels, J. (1974). Toward a theory of automatic information processing in reading. Cognitive Psychology, 6, 293-323.

Lopes, J. (2010). Conceptualização, avaliação e intervenção nas dificuldades de aprendizagens: A sofisticada arquitectura de um equívoco. Braga: Psiquilíbrios Edições.

Lukasova, K., Oliveira, D. G., Barbosa, A. C. C. & Macedo, E. C. (2008). Habilidades de leitura e escrita de crianças disléxicas e boas leitoras. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 60(1), 45-54.

Martins, M. A., & Niza, I. (1998). Psicologia da aprendizagem da linguagem escrita. Lisboa: Universidade Aberta.

Martins, M. A., & Silva, C. (2006). Phonological abilities and writing among Portuguese preschool children. European Journal of Psychology of Education, 21(2), 163-182.

Martins, M., & Farinha, S. (2006). Relação entre os conhecimentos iniciais sobre linguagem escrita e os resultados em leitura no final do 1º ano de escolaridade. Livro de Actas da XI Conferência Internacional de Avaliação Psicológica: Formas e Contextos (pp. 1051-1060). Braga: Psiquilíbrios Edições.

McGuinness, D. (2005). Language development and learning to read. The scientific study of how language development affects reading skill. Massachusetts: The MIT Press.

Paris, S., & Hoffman, J. (2004). Reading assessments in kindergarten through third grade: Findings from the Center for the Improvement of Early Reading Achievement. The Elementary School Journal, 105(2), 199-217.

Perfetti, C. (2010). Decoding, vocabulary and comprehension. In M. McKeown & L. Kucan (Eds.) Bringing reading research to life. New York: The Guilford Press.

Scarborough, H. S. (2001). Connecting early language and literacy to later reading (dis)abilities: Evidence, theory, and practice. In S. B. Neuman & D. K. Dickinson (Eds.), Handbook of early literacy research (pp. 97-110). New York: Guilford Press.

Sénéchal, M., LeFevre, J., Smith-Chant, B., & Colton, K. (2001). On refining theoretical models of emergent literacy. The role of empirical evidence. Journal of school psychology, 39(5), 439-460.

Silva, A. C. (2003). Até à descoberta do princípio alfabético. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Sim-Sim, I. (2004). Avaliação da linguagem oral. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Stanovich, K. E. (1991). Word recognition: Changing perspectives. In R. Barr, M. L. Kamil, P. Mosenthal, & P. D. Pearson (Eds.), Handbook of reading research (pp. 418-452). New York: Longman.

Stephenson, K., Parrila, R., Georgiou, G., & Kirby, J. (2008). Effects of home literacy, parents’ beliefs and children’s task-focused behavior on emergent literacy and word reading skills. Scientific Studies of Reading, 12(1), 24-50.

Sucena, A. & Castro, S. L. (2010). Aprender a Ler e Avaliar a Leitura. O TIL: Teste de Idade de Leitura. Coimbra: Almedina.

Sulzby, E., & Teale, W. (1991). Emergent literacy. In R. Barr, M. L. Kamil, P. Mosenthal, & P. D. Pearson (Eds.), Handbook of reading research (pp. 727-758). New York: Longman.

Vellutino, R.F., & Scanlon, D.M. (1987). Phonological coding, phonological awareness and reading ability: Evidence from a longitudinal and experimental study. Merril-Palmer Quarterly, 33(3), 321-363.

Viana. F. (2004). O Teste de Identificação de Competências Linguísticas. Vila Nova de Gaia: EDIPSICO.

Viana, F., & Martins, M. (2009). Dos leitores que temos aos leitores que queremos. In I., Ribeiro, & F., Viana (Orgs.), Dos leitores que temos aos leitores que queremos. Ideias e projectos para promover a leitura. Coimbra: Almedina.

Viana, F., & Teixeira, M. M. (2002). Aprender a ler: Da aprendizagem informal à aprendizagem formal. Porto. Edições ASA.

Whitehurst, G. J., & Lonigan, C. J. (1998). Child development and emergent literacy. Child Development, 69, 848-872.

Yopp, H., & Stapleton, L. (2008). Conciencia fonémica en Español. The Reading Teacher, 61(5), 374–382.




DOI: https://doi.org/10.14417/ap.749

Refbacks

  • There are currently no refbacks.


Nº ERC: 107494 | ISSN (in print): 0870-8231 | ISSN (online): 1646-6020 | Copyright © ISPA - CRL, 2012 | Rua Jardim do Tabaco, 34, 1149-041 Lisboa | NIF: 501313672 | The portal and metadata are licensed under the license Creative Commons CC BY-NC