Avaliação Psicológica de Jovens com Comportamentos Desviantes

Laura M. Nunes, Sónia - Caridade, Ana - Oliveira, André - Costa, Cristiana - Carvalho, Lara - Guerra

Abstract


A avaliação psicológica constitui sempre um processo complexo e que deve atender às especificidades inerentes ao indivíduo, ao grupo ou à comunidade. Assim, não se verificam exceções no que respeita às populações com exteriorização de condutas desviantes e, dentro deste grupo muito alargado, devem ainda ser consideradas as especificidades subjacentes ao tipo de comportamento e ao contexto da sua manifestação. Propomos um plano/roteiro de avaliação voltado para jovens com comportamentos desviantes, com maior ou menor flexibilidade no seguimento dos procedimentos aconselhados, sempre em função das características do alvo de avaliação. Tendo por base a revisão da literatura e a experiência adquirida no âmbito do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Consumos e Delinquências (GCD), da Clínica Pedagógica de Psicologia (CPP) da Universidade Fernando Pessoa (UFP), delineámos um protocolo de avaliação, com o objetivo de nortear o conjunto de procedimentos, aquando da avaliação de jovens com sinalização de problemas comportamentais. Trata-se de uma proposta que procura abarcar uma vertente mais impressionista, em que se analisam aspetos mais subjetivos, apelando a técnicas como a observação e a entrevista, não deixando escapar os aspetos mais objetivos, através do recurso a técnicas e a instrumentos mais estruturados.

 


Keywords


Avaliação psicológica; Comportamentos desviantes; Delinquência

References


Anglin, D., Spears, K. & Hutson, H. (1997). Flunitrazepam and its involvement in date or acquaintance rape. Academic Emergency Medicine, 4(4), 323-326.

Appelbaum, S., Iaconi, G. & Matousek, A. (2007). Positive and negative deviant workplace behaviors: causes, impacts, and solutions. Corporate Governance, 7(5), 586-598. Doi: 10.1108/14720700710827176.

Born, M. (2005). Psicologia da Delinquência. Lisboa: Climepsi Editores.

Braga, T. & Gonçalves, R. A. (2011). Avaliação psicológica de jovens ofensores. In M. Matos, R.A. Gonçalves e C. Machado (Coord.), Manual de Psicologia Forense: contextos, práticas e desafios (pp.271-292). Braga: Psiquilibrios.

Bender, K., Thompson, S., Ferguson, K., Komlo, C., Taylor, C., & Yoder, J. (2012). Substance use and victimization: street-involved perspectives and services implications. Children and Youth Services Review, 34, 2392-2399.

Canavarro, M. (1999). Relações afectivas e saúde mental. Coimbra: Quarteto.

Canavarro, M., Dias, P. & Lima, V. (2006). A avaliação da vinculação do adulto: uma revisão crítica a propósito da aplicação da Adult Attachment Scale – r (AAS-R) na população portuguesa. Psicologia, 20, 155-186.

Caridade, S. (2011). Vivências íntimas violentas. Uma abordagem científica. Coimbra: Almedina.

Collins, N. & Read, S. (1990). Adult attachment, working models, and relationship quality in dating couples. Journal of Personality and Social Psychology, 58(4), 644-663.

Costa, P. & McCrae, R. (2000). NEO PI-R Manual profissional. NEO PI-R, Inventário de personalidade NEO revisto (adaptação portuguesa por Lima, M. & Simões A.). Lisboa CEGOC-TEA.

Derefinko, K. & Lynam, D. (2007). Using the FFM to conceptualize psychopathy: a test using drug abusing sample. Journal of Personality Disorders, 21(6), 638-656.

Digneffe, F. & Beckers, M. (2005). Do individual ao social: a abordagem biográfica. In L. Albarello, F. Digneffe, J.-P. Hiernaux, C. Maroy, D. Ruquoy & P. Saint-Georges (Eds.). Práticas e métodos de investigação em Ciências Sociais (2ª Ed.; L. Baptista Trad., pp- 203-245). Lisboa, Gradiva. (Original publicado em 1995).

Farrington, D. P. (2004). O estudo de desenvolvimento da delinquência de Cambridge; principais resultados dos primeiros 40 anos. In A. Fonseca (Ed.), Comportamento anti-social e crime. Uma abordagem científica (pp. 73 - 132). Coimbra: Almedina.

Fonseca, A. (2004). Diferenças individuais no desenvolvimento de comportamento anti-social: o contributo dos estudos longitudinais. In A. Fonseca (Ed.), Comportamento anti-social e crime. Uma abordagem científica (pp.413 - 448). Coimbra: Almedina.

Fonseca, A. & Simões, M. (2004). Comportamento anti-social: técnicas e instrumentos de avaliação. In A. Fonseca (Ed.), Comportamento anti-social e crime. Uma abordagem científica (pp.39 - 72). Coimbra: Almedina.

Gaughan, E., Miller, J. & Lynam, D. (2012). Examining the utility of general models of personality in the study of psychopathy: a comparison of HEXACO-PI-R and NEO PI-R. Abstract from Journal of Personality Disorders, 26(4), 513-523. DOI: 10.1521/pedi.2012.26.4.513

Jarvis, T., Tebbutt, J., Mattick, R. & Shand, F. (2005). Treatment approaches for alcohol and drug dependence: an introductory guide (2nd Ed.). New Jersey: John Wiley & Sons.

Jessor, R. (1991). Risk behavior in adolescence: a psychosocial framework for understanding and action. Journal of Adolescent Health, 12, 597-605.

Jessor, R. & Turbin, M. (2014). Parsing Protection and Risk for Problem Behavior Versus Pro-social Behavior Among US and Chinese Adolescents. Journal of Youth and Adolescence, 43(7), 1037-1051.

Kazdin, A. & Buela-Casal, G. (2001).Conduta anti-social. Avaliação, tratamento e prevenção na infância e na adolescência. Lisboa: MacGraw- Hill.

Kury, H., & Woessner, G. (2002). A família e os comportamentos desviantes dos jovens. In A. Fonseca (Ed.), Comportamento anti-social e família. Uma abordagem científica (pp.181-212). Coimbra: Almedina.

Kroneman, L., Hipwell, A., Loeber, R., Koot, H. & Pardini, D. (2011). Contextual risk factors as predictors of disruptive behavior disorder trajectories in girls: the moderating effect of callous-unemotional features. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 52(2), 167-175. Doi: 10.1111/j.1469-7610.2010.02300.x

Lima, M. & Simões, A. (2003). Inventário de personalidade NEO revisto (NEO PI-R). In M. Gonçalves, M. Simões, L. Almeida & C. Machado (Eds.). Avaliação psicológica. Instrumentos validados para a população portuguesa (pp. 15-32). Coimbra: Quarteto.

Lyman, M. (2014). Drugs in society. Causes, concepts, and control (7th Ed.). London: Anderson Publishing.

Manita, C. (2002). Avaliação psicológica no domínio das toxicodependências: das estruturas aos processos. Toxicodependências, 8(3), 11-25.

Marconi, M. & Lakatos, E. (1990). Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados (2ª Ed.). São Paulo: Editora Atlas.

Martins, P. & Gonçalves, R. A. (2005). Avaliação de menores ofensores. In R. A. Gonçalves e C. Machado (Coord.), Psicologia forense (pp.145-158). Coimbra: Quarteto.

Miller, W. & Rollnick, S. (2013). Motivational interviewing: helping people change (3th Ed.). New York: The Guilford Press.

Nardi, F., Cunha, S., Bizarro, L. & Dell’Aglio, D. (2012). Drug use and antissocial behavior among adolescents attending public schools in Brazil. Trens in Psychiatry and Psychotherapy, 34(2), 80-86. DOI: org/10.1590/S2237-60892012000200006.

Negreiros, J. (2008). Delinquências juvenis. Trajetórias, intervenções e prevenção. Porto: Livpsic.

Nunes, L. (2011). Droga-Crime: DESconstruções. Porto: Edições UFP.

Nunes, L. & Jolluskin, G. (2010). Drogas e comportamentos de adicção. Um manual para estudantes e profissionais de saúde (2ª Ed.). Porto: Edições UFP.

Nunes, L. & Sani, A. (2014). Toxicodependência e vitimação: Inquérito dirigido a indivíduos dependentes de drogas. Análise Psicológica, 1(32), 79-90. DOI: 10.14417/ap.744

Nunes, L. & Trindade, J. (2013). Criminologia. Trajetórias transgressivas. Porto Alegre: Livraria do Advogado.

Passini, S. (2012). The delinquency-drug relationship: the influence of social reputation and moral disengagement. Addictive Behaviors, 37(4), 577-579. DOI: 10.1016/j.addbeh.2012.01.012

Prochaska, O. & Diclemente, C. (1982). Transtheorical therapy : toward a more integrative model of change. Psychotherapy: Theory, Researche, and Practice, 19, 276-288.

Prochaska, O. & Diclemente, C. (1986). Toward a comprehensive model of change. In W. Miller & N. Heather (Eds.). Treating addictive behaviors: processes of change (pp. 3-27). New York: Plenum Press.

Quivy, R. & Campenhoudt, L. (2005). Manual de investigação em Ciências Sociais (4ª Ed.; J. Marques & M. Mendes, Trad.). Lisboa: Gradiva. (Original publicado em 1995).

Scully, D. (1994). Understanding sexual violence. A study of convicted rapists. New York: Routledge.

Taxman, F. (2014). Drug treatment for offenders: evidence-based criminal justice and treatment practices. In L. Graines & J. Kremling (Eds.). Drugs, crime and justice. Contemporary perspectives (pp. 406-422). Illinois: Waveland Press.

Tinoco, R. & Pinto, S. (2001). Abordagem biográfica das toxicodependências – o biograma como instrumento de intervenção clínica. Toxicodependências, 7 (1), 17-22.

Tinoco, R., & Pinto, S. (2003). As potencialidades clínicas do biograma. Toxicodependências, 9 (3), 39-46.




DOI: https://doi.org/10.14417/ap.942

Refbacks

  • There are currently no refbacks.


Nº ERC: 107494 | ISSN (in print): 0870-8231 | ISSN (online): 1646-6020 | Copyright © ISPA - CRL, 2012 | Rua Jardim do Tabaco, 34, 1149-041 Lisboa | NIF: 501313672 | The portal and metadata are licensed under the license Creative Commons CC BY-NC